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Thaise Hagge, diretora-geral e CTO do Compra Agora. Foto: divulgação.
O Compra Agora, marketplace para pequenas e médias empresas que é um spin-off da gigante de produtos de consumo Unilever, investiu cerca de R$ 50 milhões em um upgrade de todo o seu parque tecnológico com a Accenture, multinacional de consultoria de gestão.
O chamado Programa Conecta está atualizando desde o backbone de e-commerce da empresa, que faz toda a parte transacional da plataforma, até ferramentas de atendimento do SAC e CRM.
Ao todo, estiveram envolvidos 17 fornecedores no total, mas a Compra Agora não abre os nomes.
Uma das soluções adotadas foi a Yalo, de uma companhia de comércio conversacional com sede no México, para enviar mensagens e promoções personalizadas através do WhatsApp.
Desde 2016, quando o marketplace começou dentro da Unilever, a ferramenta utilizada como backbone de e-commerce era a Infracommerce.
O spin-off veio em 2020 e, no ano seguinte, a mudança já começou a ser pensada com o objetivo de construir uma tecnologia mais robusta para escalar junto com o negócio.
Em 2022, a empresa iniciou a montagem do business case, avaliando o tamanho e os requisitos que o novo programa deveria ter.
No ano seguinte, chegou a um desenho e, durante 2024, fez a construção de uma plataforma proprietária, escolhendo a solução da Adobe como backbone de e-commerce.
Com a Accenture fazendo o desenvolvimento das ferramentas e das conexões, a implementação começou em janeiro de 2025 e está sendo feita por ondas, com previsão de conclusão entre julho e agosto deste ano. Hoje, cerca de 35% do negócio já está migrado.
“Já tínhamos uma plataforma operando com mais de 150 distribuidores, com mais de 500 operações simultâneas, com multi-indústrias. Não era uma construção do zero. Estamos trocando praticamente com todos os fornecedores e todos os sistemas operando”, destaca Thaise Hagge, diretora-geral e CTO do Compra Agora.
As migrações estão sendo faseadas por região do Brasil, e não por solução. Algumas partes do país já foram concluídas e a onda mais recente, no dia 7 de maio, envolveu os estados do Pará e Minas Gerais.
Em seguida, entram Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em uma única virada. Depois, é a vez de Pernambuco, que possui 13 distribuidores.
“Dividimos em várias ondas para minimizar qualquer tipo de risco e também ir aprendendo conforme a plataforma fosse migrando. As nossas integrações e o formato de negócio é bastante complexo e precisamos de tempo para fazer todas as homologações, os testes, as viradas e não impactar o negócio de ninguém”, explica Hagge.
Essa complexidade a por cada distribuidor operando com dezenas de listas de preços, condições comerciais, prazos de entrega e créditos para cada um dos CNPJs.
Os critérios para a segmentação das ondas envolvem quantidade de sellers por região, variação de formatos de integração com esses vendedores (cada um opera com um ERP diferente, por exemplo) e tamanho de robustez de sell-out.
“Eu não posso, na mesma região, migrar parte dos distribuidores e parte não. Porque o lojista pode entrar e não enxergar todo o portfólio disponível para ele se um distribuidor fica na plataforma antiga e o outro fica na nova”, explica Hagge.
Durante esse processo de migração, o marketplace convive com as duas plataformas operando simultaneamente. O cliente do Compra Agora, que é varejista de vizinhança do canal alimentar, já enxerga o ambiente novo ou não, dependendo se a sua região já foi migrada.
Com a expectativa de gerar uma melhor experiência para os clientes e vendedores com velocidade e performance, a CTO conta que avanços já foram percebidos na parcela que foi migrada até agora.
“Se eu comparo o antes e o depois, já temos uma eficiência de 25% no tempo da jornada de compra. E isso tende a aumentar ainda mais. Com uma plataforma nossa, que fazemos a gestão, temos as squads, temos a propriedade intelectual, eu tenho muito mais velocidade para fazer avanços, construir features, ferramentas e produtos adequados”, destaca Hagge.
Outro objetivo é fazer mais formatos de ações promocionais, conseguindo mensurar e personalizar ainda mais o calendário promocional, aplicando inteligência artificial com maior robustez e maior profundidade.
“Já fazemos isso hoje, mas com uma plataforma mais nova e mais atualizada, que é nossa, que temos autonomia para mexer quando quisermos, teremos possibilidades infinitas de combinações do que podemos fazer dentro desse novo ambiente de tecnologia”, afirma Hagge.
O upgrade também deve trazer uma redução de custo operacional a médio prazo, além de aumentar a robustez, flexibilidade e dar a possibilidade de usar mais ferramentas e ser mais ágil.
“Traz vários benefícios para a gente, não só para o cliente, a indústria, e o distribuidor, mas também facilita muito a forma como operamos, a possibilidade de conseguir escalar o negócio e, talvez, muito possivelmente, entrar em outros segmentos”, destaca Hagge.
Hoje, o Compra Agora opera essencialmente no varejo alimentar. A nova plataforma deve abrir a possibilidade de expandir o marketplace para outros segmentos, como farmácia e perfumaria. Já neste ano, a empresa projeta faturar R$ 7 bilhões.
A Accenture é uma das maiores companhias de consultoria empresarial do mundo, atendendo clientes em mais de 120 países. A multinacional atua com consultoria de gestão, contabilidade, marketing e também com TI, área na qual já fez grandes implementações de ERP, por exemplo.