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CEOs da SAP e da Henkel. Foto: Divulgação.
A Henkel, uma gigante alemã da área de química para indústria e produtos para consumidor final, vai migrar para o sistema de gestão S/4 Hana da SAP, rodando totalmente na nuvem.
Uma grande indústria com faturamento de € 22 bilhões no ano ado, a Henkel já uma cliente de longa data da SAP, justamente o perfil que tem mostrado mais reticência em embarcar em projetos para adotar a nova versão do ERP da SAP.
Talvez por isso, a SAP fez barulho sobre o assunto, com direito à participação do CEO da empresa, Christian Klein, e do diretor de tecnologia, Juergen Mueller, em um evento interno da Henkel sobre o projeto de migração, realizado na sede da Henkel em Düsseldorf.
Infelizmente, a nota divulgada pela Henkel não tem lá grandes detalhes sobre as dimensões ou o cronograma do projeto, que certamente vai se desenrolar por alguns anos, inclusive no Brasil, onde a multinacional tem presença há quase 70 anos.
A Henkel Brasil conta com mais de 970 profissionais distribuídos nas plantas de Itapevi e Jundiaí, além de um centro de distribuição em Jundiaí e um escritório central na Lapa, no coração de São Paulo.
A Henkel é conhecida por marcas como Loctite, Persil e Schwarzkopf, e tem também um negócio mais discreto de adesivos, selantes e revestimentos funcionais no qual é líder mundial.
Se a Henkel optar por um parceiro único, o nome deve ficar na meia dúzia de parceiros de grande porte da SAP. No caso do Brasil, pelas questões tributárias, não seria estranho que entrasse junto um parceiro nacional.
O projeto da Henkel é muito importante para a SAP, porque pode ajudar a quebrar resistência ao S/4 dos grandes clientes da multinacional alemã na área de indústria, usuários de longa data de soluções da empresa, muitos de ERPs altamente customizados, rodando em infraestrutura on premise.
Esse perfil é especialmente presente na Alemanha, onde a SAP tem o domínio de mercado, os clientes são um pouco mais reticentes e, para completar tudo, organizados em um grupo de usuários muito forte, o DSAG.
O poderoso grupo de usuários na Alemanha, Suíça e Áustria representa 3,7 mil empresas e vive dando um calor na SAP, agindo como uma espécie de contrapeso para a pressa da multinacional em migrar a base de clientes para o S/4 e para a nuvem, o que é estratégico para a SAP.
Uma pesquisa da DSAG no ano ado apontou que 75% dos associados ainda estão em versões anteriores ao S/4.
A SAP vem tentando romper a resistência com uma combinação de recuos táticos e incentivos para a migração para o S/4, lançado lá em 2015.
Em 2020, por exemplo, a SAP anunciou uma prorrogação da manutenção das aplicações da família Business Suite 7, conhecidas no mercado como ECC, até o final de 2027, aumentando assim em dois anos o prazo inicialmente estabelecido para 2025.
Além dos dois anos a mais de manutenção normal, ou mainstream, no jargão interno da SAP, a empresa também se comprometeu a manter a chamada manutenção estendida até o final de 2030.
A decisão aliviou a pressão sobre os clientes para migrar para o S/4, porque o fim do e ao ECC significaria um aumento de preços para seguir rodando os sistemas.
No começo de 2021, foi a vez de um movimento no outro sentido, com o lançamento do Rise with SAP, uma iniciativa da multinacional para acelerar a migração dos clientes para a nuvem e o S/4, pelo qual a SAP assume a frente e garante a entrega dos projetos por integradores e parceiros de nuvem.